Opinião
Exportar
Rosélia Gonçalves
CEO Eumel | Vice Presidente da Direção da AECOA
A importância da Internacionalização
Na nossa última “conversa”, falámos do conceito de Environmental, Social Governance (ESG), um conjunto de critérios utilizado para medir a sustentabilidade e o impacto social das empresas, de um investimento ou mesmo de um negócio. As vantagens da adaptação do tecido empresarial às novas regras e relatórios a apresentar nesta matéria são várias, mesmo para as empresas cuja obrigatoriedade ainda não existe.
Para nós, cujo quotidiano se ocupa, maioritariamente, com o dia a dia das nossas unidades industriais e fabris, há uma panóplia enormíssima de outros quesitos que nos preenche a mente e absorve o pensamento, quantas vezes numa mescla entre os aspetos mais pragmáticos da vida empresarial e a vontade de ir mais além, sob pena de ‘perdermos o comboio’. Refiro-me a temáticas tão em voga e atuais, que não são efetivamente meras dissertações académicas e podem fazer toda a diferença, como por exemplo a transformação digital, a automação, a inteligência artificial e a cibersegurança; a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico; a adaptação às novas realidades de trabalho, flexível – mas não menos responsável, de forma a estimular o ‘amor à camisola’ e, essencialmente, a retenção de talentos; a qualificação e formação contínua e desenvolvimento profissional dos nossos trabalhadores; entre tantos outros, como a procura de novas formas de financiamento e, por outro lado, de captação de investimento para crescimento sustentável a médio/ longo prazo.
Poderia mencionar muitos outros tópicos, no entanto prefiro poupar os leitores à exaustão nesta mera opinião solicitada pela N/ Associação Empresarial. Porém, permitam-me que foque outra problemática que, estou certa, preocupa muitos industriais e empresários dos mais variados setores: A necessária aposta na Internacionalização. A conquista de novos mercados externos, tradicionais e já estabelecidos, e/ou mesmo emergentes, é uma prioridade para o tecido empresarial da nossa Região. As oportunidades de crescimento, extra universo de negócio interno, devem ser agarradas ‘com unhas e dentes’ – permitam-me a expressão. O tal ‘comboio’ nem passará por ‘cá’, caso nos cinjamos a repetir rotinas e rejeitemos abandonar a zona de conforto. Não é um processo fácil, mas, como em tudo na vida, nós, portugueses, temos uma capacidade de encaixe muito rápida e eficaz.
Para todos que procuram expandir os negócios além-fronteiras, através da exportação, importa ter em conta uma série de conselhos, se possível transmitidos por experts na matéria. Não que seja uma expertise, mas porque já alguma coisa retive de aprendizagens com especialistas e mesmo com a experiência, saliento que um dos primeiros passos a ser dado é analisar e pesquisar os mercados-alvo, estudá-los de forma a poder compreender a concorrência e, consequentemente, identificar nichos de oportunidade a ocupar. Obviamente, que conhecer o país importador, nas suas mais diversas vertentes (regulamentações, tarifas e barreiras comerciais) é outro tópico muito importante, a que se associam, sempre que seja viável, as parcerias com empresas locais, o que facilita a entrada e adaptação, certificando-nos de que os nossos produtos cumprem as normas e regulamentos desse mercado acolhedor.
Sendo essa a base, há posteriormente toda uma série de condicionantes a ter em conta, que permita um planeamento estratégico, abrangente e multidisciplinar. Desde logo, a adaptação dos produtos; o marketing, a comunicação, a promoção e o branding; a participação em feiras e certames; o estudo rigoroso dos canais disponíveis de distribuição e a gestão da cadeia de abastecimento, entre tantos outros aspetos, que fazem parte dos manuais e dos cursos de formação profissional existentes em matéria de externalidade. E, nesse particular, nada como consultar uma Associação Empresarial como a AECOA, cuja oferta formativa disponível contempla essa e tantas outras áreas. O que importa mesmo, é não ficar parado à espera do ‘comboio’ passar…
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