Fundos Comunitários

‘Contrafortes’ para as nossas empresas

Rosélia Gonçalves

Rosélia Gonçalves

CEO Eumel | Vice Presidente da Direção da AECOA

Fundos Comunitários: ‘Contrafortes’ para as empresas

Os fundos comunitários são uma alavanca fundamental para a competitividade e modernização do tecido empresarial português. No atual contexto económico, programas como o ‘Portugal 2030’ e o ‘Programa de Recuperação e Resiliência – PRR’, entre outros instrumentos estruturais de incentivos, representam não apenas um apoio financeiro, como uma estratégia de capacitação para as Micro, Pequenas e Médias Empresas (PME).

Enquanto vice-presidente da Associação Empresarial do Concelho de Oliveira de Azeméis (AECOA) tenho testemunhado o impacto positivo desses projetos, no âmbito dos fundos estruturais de investimento e coesão, nomeadamente ao nível da tão falada dupla transição – digital e/ou ambiental. Neste momento, a AECOA tem já em mãos vários programas na área da Formação, da Internacionalização, da Qualificação e até de apoio a startups. Estes não devem ser encarados apenas como meras linhas de financiamento, mas como meios catalisadores de transformação e mudança, permitindo que empresas tradicionalmente focadas no mercado interno alarguem horizontes, apostem na inovação e reforcem a sua competitividade global.

A formação, por exemplo, tem sido determinante para a qualificação das equipas (executivas, de gestão e operacionais) e para a disseminação de conhecimento estratégico dentro das unidades empresariais. A indústria acusa cansaço e desgaste, perante a constante mutação, o que deve ser combatido com a capacitação dos recursos humanos. Tal não é um luxo; é uma necessidade, uma vez que garante que as PME acompanhem as exigências vanguardistas de aceleração digital e tecnológica.

A internacionalização do tecido empresarial português é outro pilar crítico, que necessita de extrema atenção. Sem os incentivos financeiros e o suporte institucional, muitas PME não ousariam explorar mercados mundiais, ficando presas à volatilidade da procura nacional. Com a ajuda destes programas de apoio, temos assistido a um crescimento significativo das exportações e à afirmação das nossas empresas em feiras mundiais altamente competitivas. Ainda este ano, a AECOA, no âmbito das ações do seu projeto de ‘ESIIA_Internacional’, vai levar um conjunto de empresas da fileira dos ‘Equipamentos, Serviços e Ingredientes para a Indústria Alimentar’ (ESIIA) a certames industriais reconhecidos internacionalmente, como a SIEMA FoodExpo 2025 – Casablanca, Marrocos (09 e 11 de setembro) e a Drinktec 2025 – Munique, Alemanha (15 a 19 de setembro). Aqui fica a dica, caso esteja interessado, uma vez que ainda há vagas (pelo menos) para a feira de Marrocos. O ano de 2026 promete ser grandioso com a participação em muitos outros eventos do género.

No domínio Qualificação e Transição Digital, os auxílios comunitários têm permitido a modernização dos processos produtivos e a adoção de boas práticas de gestão e inovação. Estes incentivam a colaboração interempresarial e a partilha de conhecimento, criando redes de valor que beneficiam todo o ecossistema industrial. A AECOA tem em execução uma segunda edição, se assim a podemos tratar, do projeto ‘Qualify.Teca’, um SIAC dedicado também ao agregado ESIIA. Com este, demonstramos também um sentido de grande cooperação e partilha, ao nível do associativismo ao mais alto nível, uma vez que continuamos a apostar em parcerias com agremiações congéneres, neste caso com as associações empresariais de Águeda (AEA) e a de Arouca e Vale de Cambra (AECA).

Por fim, o estímulo às startups assume um papel indispensável na renovação empresarial. Neste novo quadro de apoio não esquecemos esta vertente, não obstante não ser propriamente a especialização da AECOA. No entanto, os tempos assim o exigem e a nossa Associação nunca deixou por ‘mãos alheias’ o apoio ao empreendedorismo e às novas gerações de gestores e empresários. Continuamos a apostar nesta área, em conjunto com entidades de I&D&I, em candidaturas a financiamento direto ou a programas de aceleração, que gerem novas oportunidades e assegurem a continuidade da inovação no tecido empresarial português. Disso é exemplo o recém-aprovado ‘AECOA.Tech – Vale Incubadoras e Aceleradoras’.

Ainda assim, os desafios não se ficam por aqui. São muitos os Avisos a novos programas por sair, muitas candidaturas a submeter, muitos projetos a executar. A AECOA tem disso consciência. Não ‘baixa os braços’. E prepara agora mais uma oportunidade de incentivo à qualificação e digitalização dos modelos de negócio das PME, que visem a adoção de estratégias de negócio mais avançadas e que aumentem a capacidade de integração em cadeias de valor globais. Também na ´mira´ estão vários outros preanunciados na área da Descarbonização e das Energias Renováveis, etc.

É nesta tentativa de facilitar a vida às empresas e aos seus gestores, motivando-os a não deixar passar este ‘comboio’ – que poderá ser o último, que surge como grande aposta da AECOA, para 2025 e seguintes, numerosos projetos, individuais e conjuntos, que reforçam medidas estratégicas, simplificam processos e garantem que os apoios cheguem a quem de direito com maior eficácia.

Em suma, estamos aqui. Não deixe de contatar esta Associação e verificar se há alguma oportunidade ‘à sua medida’, que lhe permita construir um futuro mais sustentável e dinâmico para a sua empresa.

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